A
ideologia tem sido estudada na busca da identificação de seu sentido, ligado à
sustentação das relações de dominação inseridas nas relações interpessoais.
Entretanto, definir o conceito de ideologia é partir do pressuposto de que
existem inúmeras perspectivas teóricas para se apoiar. Então, a ideologia pode
ser pensada como um conjunto de ideias organizadas e compartilhadas por um
grupo afim. Assim como pode-se entender que seja um conjunto de ideias que
distorcem a realidade e impõem as relações de dominação em determinado grupo.
Partindo
para uma discussão mais profunda, observa-se ainda uma dimensão ideológica
‘material e concreta’ e outra ‘prática e dinâmica.’
As
dimensões ideológicas estão tomando o espaço de tudo o que nos circunda. À
exemplo de uma dimensão material e concreta, vêm-se as manifestações dos
partidos políticos, a linha teórica da qual se apropriam para que se movimento,
sua manifestação e seu partido tenham base verosímil. Assim como no material, o
abstrato também tem lugar nas linhas ideológicas. E estas representações
práticas e dinâmicas têm assustado bastante as nossas cabeças pensantes. À
exemplo disto, estudamos como o consumismo tem sido imposto pela mídia o tempo
todo à nós, nossos parentes, nossas crianças e jovens. Vale ressaltar que usam
dos recursos mais simplórios para que o imaginário fique povoado de desejo e
ambições. Exploram a criatividade das crianças para vender seus produtos fúteis
e inúteis, à exemplo do laptop da XUXA, que consigo traz felicidade.
Não
obstante, estamos cercados por essas imposições ideológicas e talvez nem
paremos para nos ater à isto. Músicas, filmes, teatros, programas de televisão,
novelas, propagandas, anúncios. Quaisquer manifestações da mídia trazem consigo
a distorção da nossa realidade. Em trechos da música de Almir Sater e Renato
Teixeira, ‘Tocando em frente, ’ nota-se claramente a representação do sentido
negativo da ideologia.
‘Conhecer
as manhas e as manhãs, o sabor das massas e das maçãs. ’ ‘Penso que cumprir a
vida seja simplesmente compreender a marcha e ir tocando em frente. ’ Diz que
cada um de nós compõe a sua história e a única certeza de que temos é de que
nada sabemos, por fim. A distorção da nossa realidade nos deixou extremamente
conformados e agora aceitamos essa ‘ideologia’, abaixamos a cabeça e
agradecemos, já que não há nada melhor a ser feito por nós. A aceitação é a
pior forma de derrota.
Ana Paula Jardim Martins.
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