terça-feira, 15 de março de 2011

Para refletir...


A ideologia tem sido estudada na busca da identificação de seu sentido, ligado à sustentação das relações de dominação inseridas nas relações interpessoais. Entretanto, definir o conceito de ideologia é partir do pressuposto de que existem inúmeras perspectivas teóricas para se apoiar. Então, a ideologia pode ser pensada como um conjunto de ideias organizadas e compartilhadas por um grupo afim. Assim como pode-se entender que seja um conjunto de ideias que distorcem a realidade e impõem as relações de dominação em determinado grupo.
Partindo para uma discussão mais profunda, observa-se ainda uma dimensão ideológica ‘material e concreta’ e outra ‘prática e dinâmica.’
As dimensões ideológicas estão tomando o espaço de tudo o que nos circunda. À exemplo de uma dimensão material e concreta, vêm-se as manifestações dos partidos políticos, a linha teórica da qual se apropriam para que se movimento, sua manifestação e seu partido tenham base verosímil. Assim como no material, o abstrato também tem lugar nas linhas ideológicas. E estas representações práticas e dinâmicas têm assustado bastante as nossas cabeças pensantes. À exemplo disto, estudamos como o consumismo tem sido imposto pela mídia o tempo todo à nós, nossos parentes, nossas crianças e jovens. Vale ressaltar que usam dos recursos mais simplórios para que o imaginário fique povoado de desejo e ambições. Exploram a criatividade das crianças para vender seus produtos fúteis e inúteis, à exemplo do laptop da XUXA, que consigo traz felicidade.
Não obstante, estamos cercados por essas imposições ideológicas e talvez nem paremos para nos ater à isto. Músicas, filmes, teatros, programas de televisão, novelas, propagandas, anúncios. Quaisquer manifestações da mídia trazem consigo a distorção da nossa realidade. Em trechos da música de Almir Sater e Renato Teixeira, ‘Tocando em frente, ’ nota-se claramente a representação do sentido negativo da ideologia.
‘Conhecer as manhas e as manhãs, o sabor das massas e das maçãs. ’ ‘Penso que cumprir a vida seja simplesmente compreender a marcha e ir tocando em frente. ’ Diz que cada um de nós compõe a sua história e a única certeza de que temos é de que nada sabemos, por fim. A distorção da nossa realidade nos deixou extremamente conformados e agora aceitamos essa ‘ideologia’, abaixamos a cabeça e agradecemos, já que não há nada melhor a ser feito por nós. A aceitação é a pior forma de derrota.

Ana Paula Jardim Martins.

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