sábado, 19 de março de 2011

Wilhelm Dilthey e a autonomia das ciências histórico-sociais


A principal consequência da Revolução Francesa foi a redescoberta da História. Ela vem apresentar-se, agora, do presente ao passado e do passado ao presente. Sob esta perspectiva, vem aprofundar a divisão dos homens entre revolucionários e conservadores, levando a história para outros rumos. Apresentam-se, portanto, cultuadores da história como a produção de um futuro e cultuadores da história como reprodução fiel do passado.
O período historicista vem trazer a revolução cultural da descoberta histórica, como fidelidade dos homens ao passado. Os historicistas avaliam a época, segundo seus próprios critérios e valores, sem se preocupar, contudo, com o critério das ciências naturais para ordenar todas as coisas em um padrão comum.
Dilthey focalizou a descoberta dos significados dos eventos a partir da perspectiva do sujeito que experimenta e ao mesmo tempo em que enfatiza que isso só poderia ser feito pelo envolvimento simultâneo do investigador. Por isto, a subjetividade do pesquisador e do sujeito que está sendo investigado está inerentemente interconectada nessa busca por significado. Isto leva a ‘redescoberta do EU no TU’; certamente uma linguagem que soa bem com a abordagem dialógica.
Há um inter-relacionamento aqui que precisa ser abraçado e honrado pelos pesquisadores. Nessa perspectiva, Dilthey conceituou o estudo da experiência humana como “ciência humana”, que contrasta com os métodos objetivos das ciências naturais.
O pensamento de Dilthey foi recebido com mais resistência do que aceito pela sua época. Os positivistas, claro, recusaram-no. Entretanto, é inegável como através do fenômeno da Revolução Francesa, ele redescobre os novos rumos e caminhos que a história iria percorrer. Antes, analisando os grandes feitos e eventos para interpretação do futuro sem realmente se preocuparem com o passado.
Dilthey vem por sua vez, junto com o historicismo, dar uma nova roupagem aos eventos e interpretação da sucessão de fatos. O passado agora é algo que é evidenciado como centro de todas as atenções nas análises da história. Para Dilthey foi bem mais do que um movimento intelectual e sim uma revolução cultural que pôde abranger várias outras áreas do conhecimento humano.

Ana Paula Jardim Martins.

Nenhum comentário:

Postar um comentário